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Introdução à Hamartiologia

Introdução à Hamartiologia

 O Conceito Bíblico do Pecado

A Bíblia utiliza muitas palavras, tanto em hebraico como em grego, para definir o conceito de pecado:

 

• NO ANTIGO TESTAMENTO

1) Hata – Significa “errar o alvo”. Seu equivalente grego é hamartano. A ideia é que o homem, ao errar o alvo, atinge outro lugar, o lugar errado. Essa palavra designa pecados morais, idolatria e pecados cerimoniais (Ex 20.20; Jz 20.16; Pv 8.36; 19.2);

2) Ra – Muitas vezes indica calamidade e frequentemente é traduzindo como “mal” ou “perverso”. Pode indicar algo moralmente errado (Gn 3.5; 38.7; Jz 11.27). O texto de Isaías 45.7 é controverso quanto ao sentido entre calamidade e mal, cuja interpretação mais aceita é calamidade ou “mal punitivo”;

3) Pecha – “Rebelar”, “transgredir” ou “revoltar” (1Rs 12.19; 2Rs 3.5; Sl 51.13; Is 1.2);

4) Aon – “Iniquidade” ou “culpa” (1Sm 3.13; Is 53.6; Nm 15.30-31);

5) Shagah – “Errar” ou “extraviar-se” como uma ovelha ou um bêbado (Is 28.7; Nm 15.22);

6) Asham – Significa “culpado”, tem a ideia de “culpa perante Deus” e aparece muito em rituais no tabernáculo e no templo (Lv 4.13; 5.2-3);

7) Rasha – “Perverso” ou “impiedade”, o contrário de justiça (Ex 2.13; Sl 9.16; Pv 15.9; Ez 18.23);

8) Taah – “Vaguear” ou “extraviar-se”. Indica pecado deliberado, não incidental (Nm 15.22; Sl 58.3; 119.21; Is 53.6).

Com o estudo dessas palavras hebraicas podemos chegar a estas conclusões sobre o pecado:

•  O pecado pode assumir muitas formas e cada homem podia estar ciente da forma particular do seu pecado;

•  O pecado é aquilo que contraria uma norma e, por fim, acaba sendo desobediência a Deus;

•  A desobediência envolve tanto a omissão como o erro deliberado. O pecado também não é apenas errar o alvo, mas acertar o lugar errado.

 

• NO NOVO TESTAMENTO

1) Kakós – Significa “algo ruim”. Pode referir-se a um mal físico, mas normalmente indica um mal moral (Mt 21.41; Mc 7.21; At 9.13; Rm 12.17);

2) Ponerós – Termo básico para mal e quase sempre indica mal moral (Mt 7.11; Rm 12.9). Também é usado para referir-se a Satanás (Mt 13.19,38; 1Jo 2.13-14). Demônios também são chamados de “espíritos malignos” (Lc 11.26; At 19.12);

3) Asebês – Significa “ímpio” e designa aqueles que não foram salvos (Rm 4.5; 5.6; 1Tm 1.9; 1Pe 4.18);

4) Énochos – “Réu” ou “culpado” e geralmente denota alguém que pratica um crime passível de morte (Mt 5.21-22; Mc 14.64; 1Co 11.27; Tg 2.10);

5) Hamartia – Palavra mais usada para falar de pecado. Significa “errar o alvo”. No NT quase sempre ocorre no contexto que fala de perdão ou de salvação (Mt 1.21; Jo 1.29). Outras referências úteis são Rm 5.12; 1Co 15.3;e Tg 1.15;

6) Adikía – Em sentido amplo se refere a qualquer conduta errada. É usado para falar de pessoas não salvas (Rm 1.18), dinheiro (Lc 16.9) e ações (2Ts 2.10);

7) Anomos – Significa “sem lei” e é frequentemente traduzido como “transgressão” ou “iniquidade” (Mt 13.41; 24.12; 1Tm 1.9);

8) Parabátes – “Transgressor” e é usada quando há violações específicas da lei (Rm 2.23; Gl 3.19; Hb 9.15);

9) Agnoema – Se refere ao adorador que pratica uma adoração falsa, o que o torna culpado e necessitado de um sacrifício (At 17.23; Rm 2.4; Hb 9.7);

10) Planáo – “Desgarrar” (1Pe 2.25), levar alguém para um caminho mau (Mt 24.5-6) e enganar-se a si mesmo (1Jo 1.8).

11) Paraptôma – A ideia dessa palavra é de “cair ao lado de”, na maioria das vezes de modo deliberado. Com frequência é traduzida como “ofensa” (Mt 6.14; Rm 5.15-20; Gl 6.1);

12) Hypókrisis – Incorpora três ideias: “Interpretar falsamente”, como faria um oráculo; “fingir”, como faria um ator; e “seguir uma interpretação” reconhecidamente falsa (1Tm 4.2).

O estudo dessas palavras gregas nos leva a algumas conclusões sobre o pecado:

• Sempre existe um padrão claro contra o qual o pecado é cometido;

• No final de tudo, o pecado é uma rebelião contra Deus e uma transgressão de seus padrões;

• O mal pode assumir muitas formas;

• A responsabilidade do homem é entendida de forma clara e definitiva.

 

 O Pecado nos Ensinos de Cristo

A Bíblia utiliza muitas palavras, tanto em hebraico como em grego, para definir o conceito de pecado:

 

• ALGUNS PECADOS ESPECÍFICOS

1) Sacrilégio (Mc 11.15-18) – “Uso profano de pessoa, lugar ou objeto sagrado” (Dic. Aurélio);

2) Hipocrisia (Mt 23.1-36)
• Não praticavam o que pregavam (1-4);
• Buscavam exaltar a si mesmos (5-12);
• Fugiam de seus juramentos, tentando estabelecer diferenças entre jurar pelo santuário ou pelo ouro do santuário (16-22);
• Davam o dízimo, mas não faziam o que era justo (23);
• Externamente pareciam justos, mas seus interiores eram hipócritas (25).

3) Avareza (Lc 12.15);

4) Blasfêmia (Mt 12.22-37);

5) Transgressão da Lei (Mt 15.3-6);

6) Orgulho (Mt 20.20-28; Lc 14.7-11);

7) Pedra de tropeço (Mt 18.6);

8) Deslealdade (Mt 8.19-22);

9) Imoralidade (Mt 5.27-32);

10) Ausência de frutos (Jo 15.16);

11) Ira (Mt 5.22);

12) Pecados com palavras (Mt 5.33-37; 12.36);

13) Exibicionismo (Mt 6.1-18);

14) Falta de fé (Mt 6.25);

15) Mordomia irresponsável (Mt 25.14-30; Lc 19.11-27);

16) Falta de oração (Lc 18.1-8).

 

• ALGUMAS CATEGORIAS DE PECADO

1) Violações da Lei Mosaica (Mc 7.9-13);

2) Pecados abertos (apesar de todos os pecados incorrerem em culpa, há pecados mais graves – Mt 7.1-5; 12.22-37; 21.33-46; Jo 19.11);

3) Atitudes internas erradas (Lc 12.13-15; Mt 20.20-22);

4) Fermento

a) dos fariseus (Mt 23.14,26,29; Mc 8.15; Lc 12.1);
b) dos saduceus (Mt 16.6);
c) dos herodianos (Mc 8.15).

 

• ALGUMAS ORIGENS DO PECADO

1) Satanás (Mt 12.26; 13.19,39; Jo 8.44; 12.31);
2) O mundo (Jo 15.18-19);
3) O coração (Mt 15.19).

 

• A UNIVERSALIDADE DO PECADO

Jesus afirmou que somente Deus é bom e que nenhum ser humano pode ser considerado bom (Mt 19.17). Ele também declarou que até seus discípulos escolhidos eram maus (Lc 11.13).

 

• ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

1) Afeta nossa vontade (Jo 8.44; Lc 4.18);
2) Afeta os outros (Lc 15.20; 20.46-47).

 

• O PERDÃO DO PECADO

1) As bases do perdão são o Senhor Jesus (Jo 1.29) e sua obra na cruz (Mt 20.28; 26.28);
2) Uma das consequências do perdão é que os que são perdoados devem também perdoar os outros (Mt 6.14-15; 18.21-35; Lc 17.3-4).

 

O Pecado Herdado

 

• DEFINIÇÃO

Pecado herdado é o estado pecaminoso em que nascem todas as pessoas. Herdam tal realidade dos próprios pais. É também chamado de pecado transmitido, natureza pecaminosa e pecado original.

 

• A EVIDÊNCIA NAS ESCRITURAS

1) Somos por natureza “filhos da ira” (Ef 2.3);

2) Não adquirimos essa condição durante a vida, mas somos concebidos com ela (Sl 51.5);

3) Todos os homens estão debaixo dessa realidade que cega (2Co 4.4), obscurece o entendimento e torna o homem alheio a Deus (Ef 4.18), corrompe a consciência e as emoções (Rm 1.21,24,26; Tt 1.15) e aprisiona a vontade fazendo o homem se opor a Deus (Rm 6.20; 7.20).

 

• DEPRAVAÇÃO TOTAL

A Bíblia demonstra que o homem é “totalmente depravado”. Depravação, no caso, significa perversão ou corrupção. Essa realidade é muito ampla e atinge:

a) Todos os aspectos da vida humana;
b) Todas as pessoas.

O conceito da depravação total “não significa” que:

a) Toda pessoa demonstra sua depravação de maneira tão completa quanto poderia;
b) Os pecadores não têm consciência ou “indução natural” a respeito de Deus;
c) Os pecadores incorrerão em “todas” as formas de pecado;
d) As pessoas não fazem coisas boas aos olhos dos outros.

Com certeza, a depravação total “significa” que:

a) A corrupção se estende a todos os aspectos e faculdades da vida humana;
b) Não existe nada, em pessoa alguma, que faça com que ela seja aceita por um Deus justo.

 

• AS PENALIDADES LIGADAS AO PECADO HERDADO

A morte é a penalidade do pecado herdado e ela se acha presente nos pecadores enquanto estão vivos (Ef 2.1-3) e se perpetua depois da morte física se o pecador não é regenerado pela fé (Ap 20.11-15).

 

• A TRANSMISSÃO DO PECADO HERDADO

O pecado herdado é transmitido de uma geração para outra, assim como a parte física, por geração natural. Todo novo ser humano nasce com as características dos seus progenitores, incluindo sua natureza de pecado (Gn 5.3; Sl 51.5; Rm 5.12).

 

• O REMÉDIO PARA O PECADO HERDADO

a) Libertação da escravidão do pecado “fazendo morrer nossa antiga natureza” (Rm 6.18; Gl 5.24);
b) Liberdade completa por meio da ressurreição (1Co 15.42).

 

• ALGUNS ATAQUES A ESSA DOUTRINA

a) Pelagianismo – Baseado no fato de Deus dar ordem ao homem de “ser santo”, nega que isso seja impossível ao homem e, consequentemente, nega a depravação total ensinando que o homem pode viver sem pecar;
b) Semipelagianismo – Ensina que o homem retém certa medida de liberdade segundo a qual pode cooperar com Deus. A vontade do homem foi enfraquecida e sua natureza afetada pela queda, mas não é totalmente depravada. Na regeneração o homem escolhe Deus, que, depois, acrescenta sua graça. É a posição da Igreja Católica Apostólica Romana;
c) Arminianismo – Ensina que o homem não é totalmente depravado, que tem capacidade de fazer o bem e de se conformar à vontade de Deus em sua vida para ser perfeito e que a vontade humana é uma das causas da regeneração. Diz que a graça é dada a todos;
d) Neo-ortodoxia – Nega que o relato da queda (Gn 3) seja o de um evento histórico literal, cancelando o vínculo entre a humanidade e Adão e negando, com isso, o pecado original e a própria queda da raça.

 

A Imputação do Pecado

 

• DEFINIÇÃO

Imputar significa atribuir, identificar ou entregar algo a alguém. O aspecto central desse conceito não é a mera influência, mas o envolvimento. No caso do pecado, trata-se da “culpa do pecado”.
O AT contém vários exemplos do conceito de imputação (Lv 17.4; 1Sm 22.15; Sl 32.2). O NT apresenta o mesmo conceito (Tg 2.23; 2Co 5.19).

 

• TRÊS IMPUTAÇÕES BÁSICAS

1) A imputação do pecado de Adão à raça humana (Rm 5.12-21);
2) A imputação do pecado do homem a Cristo na cruz (2Co 5.19; 1Pe 2.24);
3) A imputação da justiça de Cristo aos cristãos (2Co 5.21).

 

• A TRANSMISSÃO DO PECADO IMPUTADO

Ele é transmitido diretamente de Adão para cada pessoa de cada geração. Isso difere da transmissão do pecado herdado (natureza pecaminosa) que é transmitido de pai para filho.

 

• O REMÉDIO PARA O PECADO IMPUTADO

O remédio é a justiça imputada de Cristo, a qual é recebida no momento em que a pessoa crê. A morte que deriva do pecado (Rm 5.12) é anulada por Cristo aos que creem (Rm 5.15-21).

 

Os Pecados Pessoais


• DEFINIÇÃO

São os atos de pecados que os homens cometem e que são contrários aos ensinos de Deus e ao próprio Deus.
Forma uma tríade juntamente com o pecado herdado e o pecado imputado da seguinte forma:

1) A natureza pecaminosa (pecado herdado);

2) Os atos de pecado (pecados pessoais);

3) A culpa pelo pecado (pecado imputado).

 

• ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DOS PECADOS PESSOAIS

1) Universalidade – Todos cometem pecados (Rm 3.9-10,23);

2) Abrangência – São pecados não apenas aqueles que podem ser vistos, mas também aqueles que são cometidos em pensamentos (Mt 5.27,28; Cl 3.5,6). Além disso, pecados por omissão são tão errados quanto aqueles que são realizados (Tg 4.17);

3) Classificação – Há diferença de gravidade entre classes diferentes de pecado. Jesus disse que o pecado de Caifás era pior do que o de Pilatos (Jo 19.11). O AT trata de forma diversa pecados cometidos por ignorância (Lv 4.22-24) de pecados de rebeldia, chamados de “atrevimento” (Nm 15.30,31). Níveis de conhecimentos diferenciados da vontade de Deus produzem pecados com consequências diferentes (Lc 12.47,48). A Bíblia também se refere a um pecado imperdoável (Mt 12.31,32) e pecados que são para morte (1Jo 5.16).

 

• A TRANSMISSÃO DOS PECADOS PESSOAIS

Os pecados pessoais não são transmitidos de uma pessoa ou de uma geração para outra. Cada pessoa comete seus próprios pecados e é responsável por eles.

 

• REMÉDIO PARA OS PECADOS PESSOAIS

O remédio é o perdão. Para os crentes, o perdão de Cristo cobre toda a culpa pelos pecados (Ef 1.7) e restaura o bom relacionamento e a comunhão com Deus e com a Igreja (1Jo 1.9). Para o incrédulo, o perdão traz salvação e libertação das penalidades do pecado (Rm 8.1).

 

O Cristão e o Pecado


Um problema difícil para o cristão é o fato de, apesar de salvo, continuar pecador. O vislumbre da impossibilidade de pecar pode gerar um de dois erros: o perfeccionismo ou o antinomismo.
O perfeccionismo ensina que o cristão não deve nunca mais pecar e crê ser possível viver sem pecado. Assim, coloca uma carga insustentável sobre os crentes de modo a desprezar a graça de Deus. O antinomismo é o relaxamento do padrão de santidade sob a desculpa de que, já que não se pode deixar de pecar, é bobagem lutar contra o pecado, de modo a desprezar a santidade de Deus. Essas duas opções levam à escravidão e à libertinagem, respectivamente. O correto é que o cristão ande na luz (1Jo 1.7) desfrutando tanto da transformação da vida regenerada, como do perdão do Salvador.

 

• OS INIMIGOS DO CRISTÃO

1) O mundo – Refere-se ao sistema de vida mundano patrocinado por Satanás, do qual o cristão foi retirado (Gl 1.4; Ef 2.2). Várias são as informações contidas na Bíblia sobre como o cristão pode se defender do mundo:

a) A armadura de Deus (Ef 6.13-18).
b) O conhecimento das estratégias de Satanás (2Co 2.11).
c) A vigilância (1Pe 5.8).

2) A carne – Refere-se à pecaminosidade que há em cada um, a qual produz obras más (Gl 5.19), é caracterizada por paixões e concupiscências (1Jo 2.16) e pode escravizar o cristão (Rm 7.25). O modo de combater essa tendência ao pecado é a negação pessoal (Gl 5.24) e a dependência do Espírito para realizar obras contrárias às da carne (Gl 5.22-23).

3) O Diabo – Satanás é o grande inimigo dos cristãos. Ele é perigoso, pois possui estratégias muito bem planejadas (2Co 2.11; Ef 6.11), é persistente na busca de ocasiões de atacar (1Pe 5.8) e é poderoso (Ef 6.12).

 

• PENALIDADES PELO PECADO

1) Para o ímpio – O ímpio que morre sem o perdão dos seus pecados sofrerá o tormento eterno no lago de fogo (Ap 20.15).

2) Para o cristão pecador – Quando o cristão peca, há a perda de comunhão com Deus e com a igreja (1Jo 1.3,6,7) e de alegria (Jo 15.10,11). Além disso, quando o crente peca, ele anda na escuridão (1Jo 2.10,11) e tem a oração focada na vontade de Deus (1Jo 3.21,22).

3) Para o cristão que persiste no pecado – Os cristãos que persistem em viver no pecado de maneira contínua podem ser disciplinados por Deus (Hb 12.5-11), excluídos da comunhão da igreja (Mt 18.17; 1Co 5.1-5,13; 1Tm 1.20) e até sofrerem consequências maiores como doenças e morte (1Co 11.30).

 

• A PREVENÇÃO DO PECADO

1) A Palavra de Deus – As Escrituras, quando aprendidas e memorizadas, nos ajudam a lutar contra o pecado (Sl 119.11).

2) A intercessão de Cristo – Jesus, que intercede pelos crentes (Rm 8.34; Hb 7.25), demonstrou ter interesse em nos ajudar a lutar contra o pecado, intercedendo por nós também nesse aspecto (Lc 22.32, Jo 17.15).

3) A habitação do Espírito Santo – O Espírito Santo habita em cada cristão ajudando-o a combater o mal. Ele exerce uma atividade instrutiva sobre os filhos de Deus (Jo 14.26). Pelo ensino é possível ao crente discernir entre o bem e o mal, entre a verdade e o erro (Hb 5.14). Além disso, uma ótima maneira de lutar contra o mal é fazer o bem, de modo que o Espírito Santo capacita o cristão a fazer o bem (1Co 12.4-7; Gl 5.22-23).

 

• O REMÉDIO PARA O PECADO

O remédio para o pecado é a confissão (1Jo 1.9). Isso não significa simplesmente mencionar uma lista de pecados, mas se arrepender deles e deixá-los.

 

O Desvio Espiritual

 

Definição: é um lapso temporário de descrença ou pecado, depois de uma conversão espiritual genuína. As relações de fidelidade e comunhão com Deus são cortadas.

 

• SENTIDO BÍBLICO

AT – O sentido básico é o de “negligenciar a lei de Deus”, “quebrar a aliança”, “deixar de manter o relacionamento obediente com Deus” (Dt 9.16; Jz 2.16-17). Tem íntima ligação com a quebra da lei.
NT – Representa um deslocamento do amor dedicado a Deus para outro objeto, o qual se torna mais amado que o Senhor. Tem íntima ligação com a negligência de amor a Deus e aos homens.
Alguns exemplos:

a) Os discípulos (Mt 26.56).

b) Pedro (Mt 26.69-74).

c) Demas (2Tm 4.10).

d) Os crentes coríntios (2Co 12.21).

e) As igrejas da Ásia (Ap 2.4,14-15,20).

 

• FATORES QUE LEVAM AO DESVIO ESPIRITUAL

a) Ausência de líderes espirituais - Ex 32.1,8; Pv 11.14.

b) Más associações - 1Rs 11.4.

c) Superficialidade - Lc 8.3.

d) Vida desocupada - 2Sm 11.1-4; Lc 11.24-26.

e) Amor ao mundo - 2Tm 4.10.

 

• CONSEQUÊNCIAS DO DESVIO ESPIRITUAL

a) Desagrada ao Senhor - Sl 78.57,59; Hb 10.38.

b) Entristece o Espírito Santo - Ef 4.30.

c) Perda da alegria da salvação - Ap 2.4.

d) Tristeza de coração - Lv 26.16.

e) Castigo de Deus - Jr 2.19; Os 5.5.

f) Morte física - Jr 5.5-6.

 

• COMO RETORNAR DO DESVIO ESPIRITUAL

a) Arrepender-se - Ap 2.5.

b) Pedir perdão - Jr 3.13-14; 1Jo 1.9.

c) Abandonar o pecado - Jo 5.14; Jo 8.11.

d) Voltar a servir a Deus - Ap 2.5.

 

• FATORES QUE IMPEDEM O DESVIO ESPIRITUAL

a) Permanência em Cristo - Jo 15.3-7.

b) Vigilância - Mt 26.41;1Co 10.12.

c) Oração constante - Ef 6.18; 1Tm 5.5-7.

d) Manutenção de uma boa consciência - At 24.14-16; 1Tm 1.19.